sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O Governo Federal e as Rodovias


Fonte: Valor Econômico

Os investimentos do governo federal em obras do setor de transportes, encarados como antídotos à estagnação econômica, continuam emperrados. O ano vai terminar com uma das piores execuções orçamentárias em obras de rodovias, ferrovias e hidrovias.

Dados do Sistema de Administração Financeira (Siafi) mostram que o plano desenhado para as rodovias federais previa a execução de R$ 13,627 bilhões ao longo do ano. Até esta semana, apenas 48,3% desse montante - R$ 6,581 bilhões - foi executado.

Se confirmada a média histórica dos últimos anos relativa aos desembolsos feitos no último bimestre, a projeção para todo o ano de 2012 aponta para uma execução de apenas 57,9% do total previsto para as rodovias, chegando a R$ 7,897 bilhões.

Além disso, quase 70% dessa execução se deve à quitação de restos a pagar, ou seja, pagamentos de contratos firmados antes de 2012. Trata-se do resultado mais tímido registrado no segmento rodoviário desde 2008.


As obras ferroviárias, que contavam com R$ 2,751 bilhões neste ano, só receberam R$ 740 milhões até agora, 26,9% do planejado. Mantida a média histórica de execuções, chegará a 31 de dezembro com menos de um terço do total previsto, cerca de R$ 888 milhões, o pior resultado desde 2007. Nas hidrovias, as ações para incrementar o modal começaram o ano com previsão de R$ 817,6 milhões. Chegaram a esta semana com execução de R$ 309 milhões, 37,8% do total, e devem concluir o ano com, no máximo, 45,4% do previsto. Será o pior resultado em oito anos.

Segundo Carlos Campos, coordenador de infraestrutura econômica do Ipea, os investimentos não deslancharam por uma série de razões, que vão desde a baixa qualidade dos projetos de engenharia até dificuldades com desapropriações de imóveis e licenciamentos ambientais.

O Ministério dos Transportes faz uma avaliação diferente. Por meio de nota, disse que até o fim do exercício seu desempenho financeiro "se situará dentro da média anual de execução". E destacou que "diversas obras prioritárias foram concluídas e outras de igual importância para o país estão em andamento".

O impressionante a falta de respeito que o governo tem com o contribuinte . . . impunemente.

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